Não é bem por aí. Eu não compro o que é mais barato. Existem vários motivos para comprar um determinado livro em um determinado idioma, e eu levo sim em consideração qual o idioma original.
Mas tem a questão da qualidade da tradução também. Por motivos óbvios relacionados à situação do mercado editorial em diferentes países, livros traduzidos para o inglês ou francês tendem a receber um tratamento melhor que os traduzidos para o português aqui no Brasil. Basta olhar para os prazos em que as coisas são feitas para ter uma idéia. A sensação literária na França de 2006, Les Bienveillantes, saiu aqui no Brasil bem um ano antes da versão traduzida para o inglês. E não foi por questões de direitos autorais, que tudo isso foi resolvido rapidamente depois que o livro ganhou todos os prêmios literários importantes na França. E aí em qual tradução você confia mais: em uma que foi feita às pressas, para aproveitar o momento e vender logo, ou em outra que foi feita cuidadosamente ao longo de mais de um ano?
Coisa parecida aconteceu com Orhan Pamuk, um autor que eu não tenho muita expectativa de conseguir ler no original. Em um dado momento só havia dois livros dele publicados aqui, um deles sendo Meu Nome é Vermelho. De repente, depois que ele ganhou o Nobel de Literatura, choveram livros de Orhan Pamuk traduzidos aqui. Não me peçam para confiar nessas traduções de última hora, porque não dá. Meus livros de Pamuk são em inglês mesmo.
(Sem falar que os paperback em inglês são mais baratos, e pelo preço de um livro brasileiro dá para comprar o mesmo em capa dura, em inglês. )