Wednesday, April 25, 2007

Hello ma baby!

Falar sobre animação com música e histórias contadas sem diálogos me fez lembrar desse desenho do sapo. Que eu assisti várias vezes na TV enquanto crescia, e era sempre o desenho do sapo, que eu achava muito legal mas era só o desenho do sapo. Só recentemente é que descobri que o nome do desenho é One Froggy Evening e que ele é considerado um dos melhores curtas de animação americanos de todos os tempos. É inclusive um dos poucos desenhos selecionados pela Biblioteca do Congresso dos EUA para ser preservado no National Film Registry.

E é mesmo uma história completa, interessante e engraçada contada em apenas 6 minutos, sem nenhum diálogo, e com uma trilha composta de música americana de raiz, principalmente ragtime. E ainda tem para ver no YouTube.

Thursday, April 19, 2007

Anime sinestésico

Estava ouvindo Homework, do Daft Punk, quando lembrei de uns clipes que tinha visto na MTV há uns anos. Os clipes mostravam um anime acompanhando a música, e a história dos clipes de músicas diferentes se encaixavam, como parte de uma história maior. E as músicas eram legais. Desde essa época eu sempre pensei em procurar o álbum todo, e ver se cada música tinha uma parte da história. Agora que tinha lembrado da dupla, resolvi finalmente realizar a busca.

Descobri que o álbum em questão se chama Discovery. E sim, cada música corresponde a uma parte da história, compondo o anime Interstella 5555: The 5ecret 5tory of the 5ecret 5tar 5ystem. A animação segue as faixas do álbum na ordem, sem diálogos e com esparsos efeitos sonoros. A história é contada visualmente, e algumas vezes reforçada pelo conteúdo das letras -- nas poucas músicas que não são apenas instrumentais.

Essa idéia curiosa partiu do próprio Daft Punk, que segundo a Wikipedia foi ao Japão logo após concluir a produção do álbum para recrutar o lendário desenhista Leiji Matsumoto, de quem eram fãs -- provavelmente por terem assistido Space Battleship Yamato ou Galaxy Express 999 quando crianças.

O resultado é algo incomum e um tanto hipnótico. A animação é excelente, e o clima em cada música é fielmente refletido na história e no visual. O estilo retrô de Matsumoto -- que fez sucesso principalmente nas décadas de 70 e 80 -- combina perfeitamente com as músicas, que usam samples de sucessos dessa época. A história é simples e fantasiosa, mas bem amarrada; no geral ela funciona muito bem, exceto pelo final, quando parece que os conflitos já foram todos resolvidos mas ainda sobrou música para animar. Fica um pouco arrastado, mas nada muito problemático.

Musicalmente, eu gostei bem mais do Discovery que do Homework, o anterior. Tem algumas músicas que eu não gosto muito, mas a maioria é boa. As boas são mais bem resolvidas e interessantes de escutar (e não apenas dançar numa festa) do que as do trabalho anterior. Música eletrônica com toques de disco e referências a convenções de vários estilos diferentes.

Mas a força do anime vem mesmo do conjunto. A combinação entre animação e música é perfeita, e é algo que não se vê sempre. Acho até difícil dissociar as duas partes, tanto que quando quero ouvir alguma faixa eu prefiro abrir o vídeo e avançar para o lugar certo do que ouvir o mp3. É algo hipnótico mesmo. Minha parte preferida é a que vai da segunda até a quarta música, na seqüência: Aerodynamic, Digital Love e Harder, Better, Faster, Stronger. Essa última é, para mim, o ponto máximo do trabalho: é quando a música, a animação e a combinação entre as duas atinge seu melhor. Não que o resto não seja bom.

Para assistir: no YouTube tem ele completo em 7 partes, e os clipes que saíram originalmente, que correspondem às quatro primeiras partes da história (e às quatro primeiras músicas do álbum, consequentemente). Os clipes são: One More Time, Aerodynamic, Digital Love e Harder, Better, Faster, Stronger. Essa playlist tem o link para as 7 partes do anime completo. No Google Video tem ele completo, em uma única parte, duas vezes (e com o Player da Google, é possível baixar e ver em maior qualidade). Para quem gostar mesmo tem o DVD, infelizmente não lançado no Brasil.

Tuesday, April 17, 2007

Ilha das Flores

Bruno já falou sobre o curta de Jorge Furtado em dois posts recentes. Aqui vou apenas apontar os links para quem quiser assistir o curta. Tem em duas opções: YouTube e Google Video.

No YouTube, por conta do limite de tempo nos vídeos, ele está em duas partes: Parte 1 e Parte 2. A qualidade é razoável.

No Google Video tem ele inteiro aqui. Por questões da estratégia de negócios do Google, o vídeo no site tem qualidade ruim. O negócio é baixar o Google Video Player e assistir nele, com qualidade maior. E o player ainda baixa o vídeo para sua máquina, embora em um formato que não dá para assistir em outros players.

De qualquer forma, seja YouTube ou Google, é melhor do que ver no PortaCurtas.

Wednesday, April 11, 2007

Infantil, mesmo

Se você tem uma criança pra levar ao cinema, ou seja, um motivo real e concreto para ir até lá, então vale a pena assistir Arthur e os Minimoys, a semi-animação de Luc Besson, ele mesmo, o super cult diretor francês que resolveu inovar.

Se você não tem uma criança pra levar ao cinema, não assista. Espere passar na tv num dia em que você estiver à toa na vida. Isso porque, veja bem, não é um filme ruim, mas você não vai perder nada demais se não assistir.

Só tem duas coisas que eu sublinharia nessa produção _ as vozes de Madonna, Snoop Dogg e David Bowie, nem sempre fáceis de encontrar nos filmes por aí, em especial nos filmes infantis; e os maneirismos franceses, esses sim, dificílimos de encontrar em filmes infantis. Crianças que namoram, consomem bebidas alcóolicas suspeitas (verdes e fumacentas) e dançam colados ao som de reggaes e raps. Duvido que um filme americano pra crianças escapasse no policiamento que assola aquele país e deixasse detalhes como esses passarem batidos. Só um europeu pra conseguir o feito mesmo.

Bem, talvez isso já valha o filme.

Friday, April 6, 2007

Uma adolescente perdida no século XVIII

Maria Antonieta é um filme interessante por ter várias cenas interessantes de se ver, de perceber como Sofia Coppola abordou a construção de cada uma delas, e da relação entre elas para construir a personagem do título.

Mas interessante não é necessariamente bom: ficou faltando algo. Hora de falar chique: ficou faltando a qualidade da Gestalt, do todo ser maior que simplesmente a soma das partes. Ou a coisa que o arquiteto Christopher Alexander chamou de qualidade sem nome. É aquela unidade de propósito e idéias que traz grande beleza a algum produto humano, seja um filme, um prédio ou uma teoria matemática.

Pode ter sido problema de expectativa, já que eu costumo não ler nenhuma resenha antes de ver um filme. Ou eu posso ter achado mais difícil me identificar com a personagem, ao contrário de Encontros e Desencontros. Talvez eu até goste mais dele se assistir uma segunda vez. Mas, de primeira, achei interessante. Cheio de coisas interessantes. Mas não realmente bom.

E tenho certeza que minha sócia gostará bem mais do que eu.

Thursday, April 5, 2007

BBB

Aqui e aqui, textos e reflexões interessantes sobre o Big Brother Brasil que vão além das obviedades. Especialmente o segundo, que é mais longo e no qual o autor tenta expressar por que gosta do programa.

Eu não assisto o Big Brother, normalmente, mas eu assisti boa parte do primeiro e do segundo, se me lembro bem, em tempos menos ocupados. E eu achava interessante justamente, como comentava com um nosso comentarista fantasma dia desses na Pizza Hut, como a edição transformava o programa numa espécie de novelinha, com mocinhos e vilões.

E assim foi que eu gostei destes textos. Apesar do tom meio de pregação do segundo (ok, nós entendemos que você gosta do programa, não precisa se defender tanto), são boas leituras.