Wednesday, May 2, 2007

Heroes se aproxima do final

Da primeira temporada, pelo menos. Depois de um hiato de mais de mês, Heroes voltou a passar semana passada; há dois dias saiu outro episódio, o vigésimo dos 23 planejados para a temporada.

Eu justamente pensava, antes do episódio começar, que uma coisa legal da série é o personagem Ando, amigo de Hiro Nakamura. Ele faz, sem que isso fique muito explícito, o papel do ajudante do herói, do sidekick, coisa que caiu de moda mas todo mundo lembra, principalmente por causa de Robin. E houve uma época que todo herói, praticamente, tinha seu ajudante, muitas vezes uma pessoa comum, sem poderes especiais, mas que era importante para o herói de várias maneiras, tornando a coisa toda uma relação meio esquisita às vezes, e daí para acusações de homossexualidade à boca pequena foi um passo. Ajudava que o caso específico de Batman e Robin lembrava assim a instituição da pederastia como era na grécia antiga, aquela história de um homem mais velho educando um jovem pelos caminhos da vida e pelas delícias dos sentidos e... bem, por aí vai. Enfim, neste episódio de Heroes o papel de sidekick de Ando é ainda mais reforçado, trazendo até mesmo as conotações estranhas.

No final das contas, Heroes é uma coletânea, um amálgama de um conjunto de clichês consagrados dos quadrinhos de super-heróis, formatado para o contexto de uma série de TV. E muito bem feito, por sinal: os roteiros seguem uma estrutura narrativa mais similar à dos quadrinhos que à de séries dramáticas mais tradicionais. É um prato cheio para quem torrava todo o dinheiro da mesada com quadrinhos (sim, esse sou eu), embora a série seja muito boa mesmo para quem nunca tenha lido nada. Super heróis são altamente pop hoje, que o digam as bilheterias avassaladoras de certos filmes recentes. Alguém mais está com o sentido de aranha buzinando essa semana, ou sou só eu?

Neste episódio os roteiristas jogam na TV mais algumas idéias do quadrinho que parece ser a maior inspiração da série: X-Men. E com resultados muito bons. Dias de um Futuro Esquecido sempre foi uma das minhas sagas preferidas dos X-Men mesmo.

Eu tentei escrever esse post sem estragar nenhuma surpresa para quem ainda não viu a série, mas esse último comentário escapou, não teve jeito. Esperem mais comentários meus quando a temporada acabar. O meta-mistério que se impõe é: conseguirão os roteiristas continuar a série tão bem na próxima temporada?

7 comments:

Anonymous said...

tu sabe minha opinião sobre o começo dessa série. não é lá tão boa assim. mas não chega a ser ruim. eu acho que o grande lance dela é o suspense que tem em cada final de capítulo, aquela coisa que paira no ar de "e agora? o que vai acontecer?"
coisa só comparada aos suspenses das novelas de walcyr carrasco. não, falo sério mesmo, não é brincadeira. carrasco faz isso como niguém. é um verdadeiro 'algoz' de curiosidade. eheh
Aliás, tenho umas coisas explosivas pra dizer sobre heroes... revelações no próximo capítulo!

Anonymous said...

por falar em fofoca, ano q vem parece q sai, entre outras adaptacoes de hq pra tela, cavaleiro das trevas, de cris nolan. eu gostaria de ver lost girls, de alan moore..

Mythus said...

Concordo que foi um episódio muito bom, mas por outro lado, fico com aquele pé atrás, podem fazer o que quiser com o futuro que tudo não vai passar de uma realidade paralela. Daí vem aquele problema que resultou na Crise nas Terras Infinitas...

É sim um filler episode, onde o personagem central é o Ando. Mas a relação de Hiro e Ando é muito mais esquisita do que o normal de um herói e seu fiel escudeiro, porque naquilo que se chama presente, Ando é quem trás muito mais a estabilidade do que a vulnerabilidade.

Enfim... we got 3 more to go!

gio said...

todo mundo já me disse que não tem nada a ver, e eu vou assistir assim mesmo, mas sempre fico com a impressão de que heroes parece demais com x-men. e eu já tou meio abusada.

sim, meu sentido aranha buzina fortemente também. o de juca, nem se fala. e é hoje hein?

voltando a heroes, o negócio do "o que vai acontecer no próximo episódio?", embora ainda funcione, é o recurso mais banalizado da tv. até malhação tem. pra mim não é parâmetro para julgar uma série interessante.

tautologico said...

Heroes tem muito a ver com x-men sim, foi claramente inspirado em x-men, mas a série tem personalidade própria e não fica aquela impressão que foi chupado ou copiado. Pelo menos para mim. Sem falar que por ser uma serie de TV as histórias puxam mais para o drama pessoal das personagens do que lutas entre seres super poderosos e coisa e tal. Embora tenha isso também, uma vez ou outra.

E ter um gancho no final de um episódio é um recurso bem batido, claro, mas eu acho que em Heroes funciona bem, mas isso porque a história é bem contada como um todo, e isso faz quem assiste se importar mais com o destino dos personagens.

E homem-aranha pra mim só daqui a umas duas semanas, acho. Detesto cinema lotado.

Anonymous said...

homem-aranha pra mim soh se o tedio bater forte.

e nunca haverá uma série como felicity. ponto.

tautologico said...

Eu gostava de felicity, acabei assistindo a série quase toda quando passava todo dia na Sony. Por sinal é do mesmo cara de lost, J.J. Abrams.