De F. Scott Fitzgerald eu só li O Grande Gatsby, até agora. Quer dizer, comecei a ler The Diamond as Big as the Hitz, uma coletânea de contos, mas parei. Era emprestado de uma biblioteca, acabei não tendo tempo de terminar no prazo e achei melhor devolver. Achei genial, contudo. Diferente de Gatsby, não melhor ou pior, diferente apenas, mas tão bom quanto.
A questão é a seguinte: eu tive por muito tempo uma resistência grande a ler livros em inglês. Achava que nunca apreenderia as idéias e imagens tão bem quanto em português e seguia me recusando. Eu não mudei de idéia exatamente. Mas calhou que eu lesse algumas pequenas coisas em inglês – de autores ingleses ou americanos, é fundamental frisar – pra que eu começasse a achar que estava na hora de me arriscar.
Arrisquei-me pois com êxito por Fitzgerald e por Nick Hornby, do qual não falarei nesse post ainda. Li então o pedaço do citado The Diamond as Big as the Hitz e gostei muito. Dos contos e de Fitzgerald em sua língua nativa. Tanto que ando pensando em reler Gatsby no original. E olhem que eu levo aquela estória da figurinha-repetida-que-não-preenche-álbum à sério quando o assunto é livro. Eu sei, é duma idiotice sem tamanho, mas sempre penso que com tantos livros esperando pra serem lidos por aí pelo mundo, acho que vocês conseguem me entender.
Continuo desconfiada com a coisa de ler qualquer coisa em qualquer língua. Tautologico faz isso o tempo todo. Se um livro é mais barato em francês, é em francês que ele compra. Não importa se foi escrito originalmente em cantonês. Eu sei que ele faz isso com método e critério – como ele faz tudo – e eu me orgulho da capacidade dele de entender tantas línguas (daqui a pouco ele começa a ler em japonês, mas deixa eu parar com essa rasgação de seda porque não é elegante), mas eu tenho certeza de que comigo não dá pra ser assim. Ler autores nativos de língua inglesa em inglês tudo bem. Fazer o mesmo com os franceses, também, quando meu francês chegar lá. Um dia eu faço o mesmo com os russos, quem sabe, Dosta que me aguarde. Mas tudo e qualquer coisa em inglês (porque é só em inglês que eu consigo), não mesmo.
Fiel a esse princípio, já iniciei uma paquera com uma edição de The Great Gatsby que eu vi essa semana na Cultura. E da qual né, eu já tenho um volume – Pride and Prejudice, pois Jane Austen é outra que eu incluí na lista vamos-ler-no-original – graças ao namoradotrocínio de Tautologico, essa pessoa que só me acostuma mal. Não que eu esteja reclamando, óbvio.
Vamos ver no que dá, o novo projeto.